
Sou ansioso, admito. Comecei a escrever um livro e já quero logo ouvir a opinião de todo mundo.
O problema é que apenas iniciei a sua escrita. Não cheguei no meio da história, muito menos no final dela. Estou no princípio de um processo, tudo bastante embrionário.
O bom senso recomenda que se deve divulgar um trabalho após a sua conclusão.
Mas para gente ansiosa, precipitar o fim pode - ou não - ser o sinal de que as coisas estão ao menos andando.
Sou do tipo que funciona melhor sob pressão. Dito assim, parece soar paradoxal alguém ansioso sentir um prazer quase incontido diante do incontrolável. Mas esse sou eu, fazer o quê?
Um escritor consagrado me alertou que dezessete páginas de um manuscrito não passam de um sopro de criação. Talvez ele esteja certo. Mas conselho se fosse bom, bem, a frase completa fica por sua conta.
Agora que anunciei ao mundo que estou escrevendo um romance tenho por obrigação ir até o seu ponto final.
Ao mesmo tempo, preciso acrescentar: me sinto leve. Livrei-me de um segredo.
A minha promessa é concluí-lo custe o que custar; e será aqui, nesse espaço, que vou divulgar tudo o que as paredes têm a falar.
Aguardem.
